***paz, amor e liberdade***

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Desapego da Solidão


Quando se está em estado solitário, parece que o mundo à volta não existe, parece que só se se tem a si próprio e é aí que a "Solidão é lava que cobre tudo". Quando se abre a janela do eu para o mundo e a ele se sorri, o mundo responde. Então o mundo à volta torna a existir para o solitário e o solitário torna a existir para o mundo. A partir daí a solidão só pesa a quem a quiser como dor.

Como animais sociais que somos, que nos relacionemos, que nos amemos e respeitemos, que nos unamos das diversas formas possíveis, mas que a atenção especial de um determinado alguém não tenha de ser intrínseco à felicidade do "EU" de cada um. O segredo para o crescimento individual está na independência emocional. “Eu desapego-me de ti e não te amo menos por isso. Pelo contrário!”

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Carta a Ninguém


Olho a lua da minha janela e,
enquanto tento encontrar as estrelas no céu da cidade,
penso em ti, penso em nós…
Procuro os porquês…
Pergunto-me se não saberás que no meu desejo por ti
é inerente o teu amor por mim…
Que é por ele que esqueço e me deleito,
é por ele que me entrego,
é por ele que olho a lua a pensar em ti!
É por saber que os teus olhos brilham por mim,
que o teu coração dá gargalhadas infantis quando pensas em mim,
que o teu rosto cintila de felicidade por me amares assim…
É por saber da tua vontade de estar comigo,
de me ouvir e de me sentir…
Por saber do teu sincero desejo de me ver sorrir,
de me ver crescer,
de me ver em paz…
É por tudo isso que o meu corpo treme,
que o meu coração pula
e o meu desejo explode por ti.
É por te amar pelo ser maravilhoso que és,
mas principalmente por merecer o teu imenso amor.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

A Noite Passada...


A noite passada dormi 6 horas… umas conturbadas 6 horinhas! Levantei-me cerca de três vezes, certa que já tinha passado a hora de levantar e que o telemóvel não havia despertado. O negócio dos despertadores deve ter sofrido bastante desde que incluíram a sua função nos telemóveis.
Mas como dizia… Bom, e afinal ainda mal tinha fechado os olhos dessas vezes que me levantei. Claro está que quando o dito telemóvel buzinou, tudo o que eu não queria fazer era levantar-me… Ainda por cima tive um sono cheio de sonhos estranhos, daqueles que nos deixam a sensação que “aquilo” aconteceu ou foi dito e que, só lá para o meu da tarde seguinte é que nos passa. Que subconsciente complicado, o nosso!

São Valentim


A minha ideia era não falar no tema, mas depois ocorreu-me que o motivo da festa é o amor e este não pertence só aos namorados! Aliás, há amores bem mais preciosos que o amor entre namorados. Ainda bem que o comércio, neste dia só se dirige a eles, aos namorados. Imaginem que, da mesma forma que o consumo banaliza as uniões enamoradas, dedicando-lhes um dia para que, pelo menos nesse, os enamorados não se esqueçam de mimar quem dizem amar, fizesse o mesmo com o amor da amizade, por exemplo!

Ao menos os amigos, não “precisam” guardar as suas manifestações de amor e carinho para as exibir eventualmente num único dia do ano.
O dia de São Valentim é para ser festejado entre pais e filhos, amigos, conhecidos… assim igualzinho ao Natal! E em vez se desejar “feliz dia dos namorados”, desejaríamos “FELIZ DIA DO AMOR”. Seria lindo se passássemos nem que fosse um só dia do ano a falar em amor!

- Feliz dia do Amor, dona Conceição!
- Feliz dia do Amor, meu filho(a)!

- Feliz dia do Amor, avozinho!
- Feliz dia do Amor, amigos virtuais!

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

As Filas de Portugal


Como disse um destes dias, sou frequentadora assídua de diversos tipos de fila. As em linha recta, as em “L”, as que formam “S”, e até das mais modernas nas quais a vez de cada um sai como no bingo, por números. Eu acho que as pessoas que frequentam as filas pensam que elas, as filas, andarão mais rápido se empurrarem quem está à sua frente, não sei. Os que não empurram encostam-se e obrigam o outro a sentir a sua respiração por cima do ombro, por trás da orelha ou na nuca. Respiração que por vezes vem munida de algum tipo de odor desagradável ou/e de um determinado ruído repetitivo: uma tosse, um fungar, um “ai Jesus, não anda!”... Enfim, coisas que me fazem pensar se é pior o tempo de espera em si ou o que este acarreta.

Isto para chegar à parte em que chega a minha vez. Enquanto se espera vá que não vá, atura-se! Mas quando vamos ser atendidos queremos sê-lo da melhor maneira possível. Queremos estar à vontade para arrumar as compras, levantar o dinheiro, expor todas as situações e dúvidas que tenhamos e o que mais for. Mas se na nossa preciosa vez há alguém que vem alapado a nós, a coisa fica complicada. Como também já disse, fico sempre a uns 3 passos do balcão ou da caixa MB e antes do alarme, no caso das caixas do supermercado. A segunda razão que me leva a fazê-lo é a esperança que o senhor ou senhora que me segue, faça o mesmo por mim.

Nalgumas instituições já existe uma fita vermelha colada no chão que quer dizer “aguarde aqui pela sua vez”, mas só quando está lá escrito explicitamente “aguarde aqui” é que funciona. E quando essa tal linha já estiver tão esfregada que já não se veja bem, é para esquecer! E eu pergunto:
- Porquê? Por que razão se desrespeita desta forma o espaço do outro? Por que é que quando vou ao banco depositar eventualmente uma pipa de massa há sempre quem queira contar comigo e com o bancário as notinhas, ou quando vou pagar as compras há sempre alguém que quer ajudar-me a marcar o código do cartão, ou quando vou à farmácia há sempre aquela senhora que quer ver o que vou levar para casa e, se conseguir, dar uma solução caseira para o meu problema…

Deixo em aberto as questões, para que os meus visitantes me possam ajudar a entender.

domingo, fevereiro 12, 2006

O Adeus


Nos teus olhos vi a tristeza do adeus, no teu abraço senti o pesar do partir. Já de costas pude perceber nos passos teus, que de mim esperavas o teu nome ouvir, algo que te fizesse voltar num ápice. Já te preparavas para esboçar um sorriso idiota e correr para os meus braços em súplica, numa felicidade estonteante que por momentos te fizesse pensar e quiçá dizer que tudo seria diferente.

Mas por ti não chamei, nem tencionei fazê-lo. Olhei-te indo embora, pedindo que para trás não olhasses, simplesmente porque eu teria virado as costas à tua linda partida. Esperei que azulasses no horizonte e expirei uma lufada de ar. Em voz baixa orei por ti e fui embora.

Ali naquela praça, naquele dia soalheiro, debaixo daquela árvore retornei a mim, regressei ao mundo, tornei a ser livre.

sábado, fevereiro 11, 2006

Afinal havia outro!


Ontem, para além do episódio dos queques, aconteceu outro hilariante! Pena que as minhas tentativas em decifrar a “html” tenham originado a perda de um precioso texto que tinha escrito sobre a matéria… Mas pronto. Avante!

A trabalho visito regularmente diversas instituições de serviço público e todas elas, sem excepção (e bem longe de alguma vez chegarem a excepção), coleccionam filas astronómicas e tempos de espera que superam qualquer aposta que os mais experimentados possam fazer à porta. Numa das filas que frequentei ontem, estava à minha frente um indivíduo do sexo masculino, ainda em idade juvenil… esperem lá! Estamos em pleno Inverno, não é? Pois é! Mas o tal rapaz estava com uma simples t-shirt!

Bom… e quando chegou a minha vez dei 3 passos para chegar ao balcão. Sim, porque faço questão de evidenciar à pessoa de trás que, quando chegar a minha vez não a quero sentir encostada a mim. E então, chegada ao balcão, a funcionária estava azul e com os olhos trocados, como que atordoada. Depressa me apercebi do seu drama! Céus!! Era realmente um cheiro insuportável! Um cheiro azedo a suor de Verão, de quem tem distúrbios hormonais e problemas em remedia-los. Um cheiro daqueles que se entranham até na pedra, sabem? Ainda por cima parecia que o rapaz, que até era simpático, tinha deixado ali no lugar do próximo a sua bolha actimel cheia daquele odor horrível. Bem, eu que sou bem disposta e assim gosto de o ser, não contive o riso! A abanar a capa no ar ria perdidamente ao som dos “ais” e das “cruzes” da senhora do balcão.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Episódio na confeitaria

A uma certa hora desta tarde, estava cá com uma fome! Só depois reparei que a hora (a minha) do lanche já estava a passar. Fui à confeitaria que não fica bem numa esquina, mas é a do costume na mesma e, como sempre, ainda estava indecisa relativamente ao que iria comer.
Apontei para os vários tipos de queques, a adivinhar de eram e fui dizendo:
- Laranja, cenoura, amêndoas, nozes… - e lá estava um polvilhado com açúcar em pó que eu não sabia de que sabor era exactamente.
A funcionária, já um pouco impaciente, mas sempre simpática (à sua maneira), continuou por mim:
- … Normal… - ao que respondi de imediato:
- Ah! Então quer dizer que os outros são anormais? - e voltei a nomeá-los - Anormal de laranja, anormal de cenoura, anormal de amêndoas… - quando de repente ela, a funcionária, agarra com a pinça dos pastéis um último queque de chocolate que lá havia e diz:
- Ó Menina, anormal é este que é escurinho!
Beeeeeemmmm!! Fiquei boquiaberta e ainda lhe perguntei “Como?!?”
Penso que se terá apercebido da gravidade do que havia dito, porque disse que não, que não era racista. Preferi não fazer mais comentários porque a tendência seria ela se enterrar mais.
Comi um anormal de laranja acompanhado de um leitinho quente com canela e fui embora desejando um bom fim de semana.

Inspiração em “Livro da Ana (VII) – bipolar" (8/2/2006)

Se ainda não existe o provérbio “Quem procura o amor nunca o encontra.”, então acabei de inventar um! Tenho constatado na minha busca que o amor não se encontra. O Amor acontece como resultado da nossa postura perante ele e a busca não me parece ser a melhor delas. A busca estipula, por norma, padrões que se tornam exigentes demais, não deixando espaço para que se aceite esse singelo mas grandioso acontecimento da vida. A busca tende ao sofrimento, à frustração, à espera desesperada, à ilusão e depois à desilusão. Depois, a procura torna-se mais opressiva, mais intensa e mais intensas se tornam as suas tendências. Até que se faça luz!

Essa luz surge quando nos apercebemos que, afinal o que procuramos está nada mais, nada menos do que em nós próprios. Ou que, pelo menos, é em nós que devemos iniciar a busca. Quando nos descobrimos, nos confrontamos interiormente, nos reconhecemos como seres preciosos, capazes de sorrir generosamente e de continuar a sorrir sinceramente mesmo que o retorno não seja imediato, apercebemo-nos que estamos a deixar o Amor acontecer. Estamos a deixar que o outro se aproxime, nos fale, nos queira ouvir, tenha vontade da nossa presença, nos queira tocar e sentir de perto…

É quando abrimos o nosso espírito, desprendido de conceitos pré formados, liberto do apego desesperado à atenção do outro sobre a nossa pessoa, que a vida flúi naturalmente. E mesmo que os amores venham e depois partam, sabemos que outros virão. Por uns choraremos porque não voltarão. Por outros não derramaremos uma lágrima, pois sabemos que, passe o tempo de vida que passar, eles manter-se-ão intactos.

O Amor tem a forma de uma mãe, de um pai, de um filho, de um avô, de uma avó… de um amigo, de uma amiga, de um qualquer ser vivo, e tem a forma do ser com qual fazemos o amor acontecer com todo o seu esplendor.

A caricatura do Profeta - Part II (7/2/2006)

Este assunto levanta demasiadas questões delicadas. É realmente revoltante que em prol do fundamentalismo islâmico se rebelem tão catastroficamente por causa de uns desenhos, por mais ofensivos que fossem. Como diz a minha avó “não há direito!” Os desenhos foram só mais um pretexto, está claro!

Estas atitudes fazem-me lembrar os tempos de escola. Ela, a escola ficava nas proximidades de um bairro maioritariamente ocupado por cidadãos de etnia cigana e eles, os ciganos aproveitavam-se do medo que lhes tinham para cravar uns cigarros e umas moedas sem pedir por favor. Estão a ver, não é? Era ridículo porque se os tratássemos como iguais, sem lhes mostrar que receávamos que nos roubassem as sapatilhas e a carteira, mas também sem evidenciar a nossa revolta por eles terem a mania que mandavam e desmandavam, a coisa não passava dali. Os meus colegas preferiam dar a volta ao quarteirão a correr o risco de se cruzarem com algum cigano, porque nunca se sabia ao certo quando eles iriam “atacar”. Sempre achei que erguer a cabeça e responder um sereno “não, não tenho” era melhor. E olha-los nos olhos sempre. Mas enfim, muitas vezes eu guardava a carteira dos meus amiguinhos, porque de mim ninguém levava nada. Pronto, e também é verdade que sendo rapariga era menos provável que me pedissem fosse o que fosse.

Efectivamente não há direito. É inaceitável a repercussão que os “cartoons” estão a ter. E como alguém me ensinou, por vezes é preciso ir à guerra para ter paz, mas continuo a defender que a reacção islâmica era previsível e que por isso a época não é a ideal para brincar com certos temas e com certas susceptibilidades.

Tenho pensado que a esperança está nas mulheres! Temos de apostar mais naquelas campanhas que lhes velam os direitos, de modo que possam ter uma voz mais activa nas suas sociedades. Estou certa de que quando a maioria delas for capaz de ler O Corão irão desmistificar essas práticas hediondas ditadas por homens (que fique claro) que têm vindo a fazer tremer o planeta.

A caricatura do Profeta (6/2/2006)

Nos dias que correm fala-se muito em sociedades multiculturais, nas quais se idealiza o diálogo entre as diferentes culturas, o reconhecimento e o respeito pelas suas diferenças, de modo que cada uma possa existir ordeiramente nas sociedades do futuro. Sabe-se que a diversidade cultural enriquece uma sociedade e que está em nós a capacidade de fazê-la ideal.

No reconhecimento das culturas diferentes devemos ter em mente que assim como na nossa, existem temas que merecem o nosso maior respeito. Podemos opinar e até brincar, mas nunca expor publicamente ao ridículo algo que se sabe à partida que ferirá muitas susceptibilidades. Os credos alheios devem ser respeitados tal como respeitamos o nosso, porque é o credo do outro e o outro venera-o tanto quanto nós veneramos o nosso.

O mais grave é saber-se o quanto fervorosos são os islâmicos, ou boa parte deles, o quanto eles são apegados à sua religião, o quanto veneram o seu profeta e a sua palavra. A nossa história está cheia de exemplos de conflitos religiosos, de guerras sangrentas em nome das fés. Porquê, numa época em que se amadurece o ideal “todos diferentes, todos iguais”, provocar conflitos desta natureza. Ainda por cima (e mais uma vez) partindo das sociedades ditas evoluídas!
Lutar pelos direitos humanos violados em nome da doutrina é uma coisa, mas generalizar que toda a doutrina é ridícula é outra bem diferente. Até porque o profeta Maomé foi buscar as bases da sua doutrina ao Antigo Testamento, adaptando-o por palavras suas ao monoteísmo. E o mesmo deve ter ocorrido com o Cristianismo, que terá como raiz um outro credo, mas convenientemente adaptado às palavras de Jesus Cristo. Se aprofundarmos a nossa pesquisa nas diversas religiões, talvez concluamos que as suas bases se perecem muito. Diferentes são as palavras, as práticas e as interpretações adoptadas. Sabemos também que boa parte dessas práticas religiosas são ditadas por homens que usam “a palavra do Senhor ou dos profetas” para atingir determinado fim.

Penso que o importante é mantermos o bom senso, é sabermos que o nosso espaço, a nossa liberdade acabam quando começa o espaço e a liberdade do outro. Se soubermos que ao dar determinado passo iremos ferir o outro, o melhor é não avançarmos. “Se não pudermos praticar o bem, que pelo menos não pratiquemos o mal.”

Na época em as sociedades multiculturais forem uma realidade, seremos livres até de brincar com a cultura alheia, porque a vamos conhecer para tal. É como termos um amigo com um nariz enorme do qual estamos mortinhos para fazer um desenho. Enquanto não conhecermos bem esse amigo, enquanto não soubermos que ele sabe que nós somos seu amigo e que se o chamarmos de “papagaio” será igual a chamá-lo de “meu querido”, é óbvio que não o vamos fazer!

Os Portugueses e a depressão (4/2/2006)

Li ou ouvi algures que o povo português é o mais deprimido da UE. Isso traz-me à ideia uma imagem engraçada: uma visão topográfica do português a andar pelas ruas sempre de cabeça baixa, de cara feia, até a fazer caretas e a resmungar qualquer coisa para si próprio a cada cinco passos. E pronto. É o suficiente para os extra-terrestres nos acharem deprimidos. Mal eles sabem que, enquanto andamos pelas ruas a tentar pensar na crise económica, política e social que atravessamos, só não erguemos a cabeça porque a cada cinco passos (os tais) corremos o sério risco de pisar um poio ou de tropeçar numa pedra desavinda da calçada. Provavelmente elas, as pedras desavindas, ganharam charme depois daquela música cantada por Rui Veloso, essa mesma que vos apetece (ou não) cantarolar neste momento.

É que é mais grave do que parece! Mesmo que uma pessoa vá feliz e contente pela estrada fora, a cantar a música do Rui Veloso ou outra qualquer, se não estiver atento e se se distrair no próprio contentamento, arrisca-se a sofrer o constrangimento que é cair na rua ou a passar o resto do dia a questionar-se se os outros estarão a sentir o aroma que angariou pelo caminho. Isto é grave! Quanto às pedras, enfim… Só não percebo por que é que vamos (ou fomos) lá para fora fazer as calçadas dos outros e as deixámos impecáveis e aqui é o que é. Deve ser culpa do ditado “Em casa de ferreiro, espeto de pau”. Mas ainda assim são os poios que me indignam mais. Eu pergunto-me “será que as pessoas que deixam o poio do seu bichinho estimado no meio do passeio para os outros pisarem, não receiam que lhes possa ocorrer a elas também?” Deduzo que essas serão as pessoas que melhor transmitem a nossa imagem de “deprimidos”, pois devem andar pelas ruas muito atentas ao chão. Podíamos mudar isso, não é? Ora, se cada pessoa que levar o seu cão à casa de banho canina – a rua – levar no bolso um saquinho mesmo que de plástico (o ideal seria os de papel reciclado tipo os do pão), seria maravilhoso! Maravilhoso se usassem o tal saquinho, claro! Como assim? Portanto, depois do cãozinho defecar seria uma questão de colocar a mão no saquinho, agarrar no poio com a mão que está dentro do saquinho sem a tirar do saquinho, virar o saquinho ao avesso de modo que o poio fique lá dentro, dar um nó no saquinho e colocá-lo no lixo. Complicado? Se parece é porque usei muitas palavras para explicar algo que se consegue em meros segundos.

Os leitores que têm um ou mais cães e que ainda não usam o método do saquinho, estarão a pensar que eu, com certeza, não devo ter cão. E pensam bem. Não tenho de momento, mas já tive e se voltasse a ter usaria o método do saquinho. É que eu ando pela rua de “Chicco” sabem, e em passeios estreitos são por vezes difíceis as manobras de desvio aos poios. Há quem pense que sou tolinha por fazer “cavalos” com o “Chicco”. E também penso nas pessoas que moram na rua, nas que usam cadeiras de rodas, nas criancinhas pequenas ainda a aprender a andar que podem tropeçar e cair está-se mesmo a ver em cima do quê… Enfim, se somos uma sociedade e uma sociedade é como que uma grande família, a rua é como que a nossa casa comum, certo? Se cada pessoa que estima a sua própria casa estimar da mesma maneira a nossa casa comum, poderíamos andar pelas ruas de cabeça erguida a cantarolar ou a conseguir pensar nas crises, buscando-lhes eventuais soluções.

Um comentário que consegui salvar a um texto que se perdeu...

Olá, estimada Flor.

Bem, como diria a música: "Eu gosto é do verão, de passear de prancha na mão,..."
Claro que na vida tudo tem o seu ponto de equilíbrio.
Cada qual é que sabe até onde o cheiro de alguém lhe é ou não desagradável.
Certamente que a concentração bacteriológica, em zonas corporais expostas às brisas veranis, podem emanar fragâncias que só as moscas poderão achar apaixonantes.
E a limpeza é sempre recomendável.
Contudo, o cheirinho... aquele cheirinho, não o de sovaco claro, mas aquele cheirinho...
Aquele que me traz à memoria os momentos bem passados,...
Aquele que fica impregnado na roupa, como leve traço duma personalidade querida,...
Aquele cheirinho...
Aquele que os romancistas não conseguem descrever com acuridade nas suas obras e que leva as donzelas a esquerem o lenço, a luva, ou o que estiver à mão... como promessa dum reencontro breve.
Ahhhh, o cheirinho dos cabelos dos dias em que a paixão alimenta os passeios de verão, ao por do sol, à mão dada.
Aquele cheirinho misturado ao sabor do último beijo da despedida, que grava os lábios na mais feliz das nossas recordações...
O cheirinho levemente acre e salgado, da suave transpiração das noites de paixão ardente,...
Enfim, aquele cheirinho.
Esse cheirinho,...
Não há lavagem que o melhore,
Nao há garrafa que o enclausure,
Não há perfume que o imite,
Não verão que o abafe,
Não há tempo que o faça esquecer.
Esse estará para sempre guardado na minha memória, ao lado de, e unido aos momentos de prazer.
É esse cheirinho que por vezes, quando só, mesmo nos maus momentos, ao recordar me faz sorrir.

Bem, que mais posso dizer sobre o assunto?
A maioria as pessoas que conheço, escondem no meio das suas fragancias todas, um cheirinho que por vezes gosto de recordar.
Quando a vontade fala mais alto, esse sobrepõe-se a todos os outros, como as qualidades se podem sobrepor a todos os defeitos.
É uma questão simples de virar as costas ao vento para o que se não gosta, e apontar a cara ao vento para reter o que nos importa verdadeiramente.

Beijinhos, e até ao próximo post,...

11:08 AM

Novo Blog!!

Céus! A informática para os leigos que se aventuram nela, pode criar verdadeiras catástrofes! Dei cabo do meu rico blogzinho, logo agora que começava a orgulhar-me dele!! Enfim! Lamento pelos comentários perdidos... Gostaria de me estar a rir, mas a verdade é que fiquei triste!!

Bom, vou republicar o que havia guardado e assumir publicamente a minha luta para decifrar a "html". Shame on you, Flor, shame on you! :D