Se ainda não existe o provérbio “Quem procura o amor nunca o encontra.”, então acabei de inventar um! Tenho constatado na minha busca que o amor não se encontra. O Amor acontece como resultado da nossa postura perante ele e a busca não me parece ser a melhor delas. A busca estipula, por norma, padrões que se tornam exigentes demais, não deixando espaço para que se aceite esse singelo mas grandioso acontecimento da vida. A busca tende ao sofrimento, à frustração, à espera desesperada, à ilusão e depois à desilusão. Depois, a procura torna-se mais opressiva, mais intensa e mais intensas se tornam as suas tendências. Até que se faça luz!
Essa luz surge quando nos apercebemos que, afinal o que procuramos está nada mais, nada menos do que em nós próprios. Ou que, pelo menos, é em nós que devemos iniciar a busca. Quando nos descobrimos, nos confrontamos interiormente, nos reconhecemos como seres preciosos, capazes de sorrir generosamente e de continuar a sorrir sinceramente mesmo que o retorno não seja imediato, apercebemo-nos que estamos a deixar o Amor acontecer. Estamos a deixar que o outro se aproxime, nos fale, nos queira ouvir, tenha vontade da nossa presença, nos queira tocar e sentir de perto…
É quando abrimos o nosso espírito, desprendido de conceitos pré formados, liberto do apego desesperado à atenção do outro sobre a nossa pessoa, que a vida flúi naturalmente. E mesmo que os amores venham e depois partam, sabemos que outros virão. Por uns choraremos porque não voltarão. Por outros não derramaremos uma lágrima, pois sabemos que, passe o tempo de vida que passar, eles manter-se-ão intactos.
O Amor tem a forma de uma mãe, de um pai, de um filho, de um avô, de uma avó… de um amigo, de uma amiga, de um qualquer ser vivo, e tem a forma do ser com qual fazemos o amor acontecer com todo o seu esplendor.