***paz, amor e liberdade***

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Outra vez o Natal

A época natalícia incomoda-me. Há coisas nesta altura que realmente irritam. O consumismo é um clássico para muita gente, claro, mas porquê? Ora, por causa daquele sentimento generalizado de obrigação que faz toda a gente comprar presentes à toa, sem olhar o quê a quem, por exemplo. Mas o pior de tudo é isso de atribuir as culpas ao Pai Natal: ele é que traz os presentes ou não, conforme se comportem as pessoas (as crianças, vá). Não acho nada bem! Por aquilo que percebo, é suposto o Pai Natal ser um velhinho simpático, de sorriso e carácter generoso, que propaga a alegria através do Espírito de Natal. Não posso conceber que isso do espírito de natal seja a discrepância profunda que existe entre determinadas consoadas de Natal. O Espírito de Natal é, supostamente, muito maior que isso. Não se vê, não se cheira, não se toca, mas sente-se. Devia ser proibido dizer-se por aí que é o Pai Natal que dá a psp e o telemóvel xpto ao Bernardo (só porque mora na foz) e que ao Francisco que mora no bairro (não importa qual) ofereça uma simples compilação de jogos de mesa, entre os quais o clássico Jogo da Glória (que saudades!). É assim! Não sou eu quem considera os presentes do Bernardo melhores, é o Francisco que, se ainda estiver em idade de acreditar nalguma coisa vai achar o Pai Natal um velho sacana e extremamente injusto, tanto qualitativa como quantitativamente.
Cá para mim, o melhor seria começar a espalhar que o Pai Natal traz um presente a cada menino/a, que esse presente é aquele de pouco valor económico, mas nem por isso menos especial. É aquele presente que toca o espírito, que humedece os olhos, que tem aquele sabor humano oriundo do puro desejo de fazer feliz. E depois, há que assumir que a vontade de fazer feliz, para muita gente, não se resume a um único presente e que portanto, os outros presentes aparecem conforme as possibilidades (de todos os tipos) de cada um. Não é o Pai Natal não sei de quem que é pobrezinho, por favor! Pobrezinha é a carteira de muita boa gente e o espírito de outras tantas (algumas já não tão boas) e há que assumir isso. É dizer às criancinhas que o Pai Natal traz um presente a todos os meninos e meninas e que uns recebem mais que outros porque os restantes são os pais, tios, avós, etc que oferecem. Não se pode andar por aí a fazer crer que o Pai Natal seria capaz de oferecer uma psp ao bernardo e um Jogo da Glória ao Francisco que, às tantas, sonha muito mais com a psp que o próprio Bernardo. Não é esse o Espírito de Natal!
E é dizer também às senhoras que fazem as listas de pessoas e que acabam por comprar mais umas cinco ou seis lembranças para o caso de se terem olvidado de alguém, que não vale a pena gastarem dinheiro nas estatuetas dos chineses. É assim! Aquilo vai acabar no lixo porque alguém as vai deixar cair de propósito para partirem. O melhor é ficarem-se pelas meias (já nem digo as cuecas). As meias usam-se sempre nem que seja para andar por casa. A meio da semana seguinte já nem se sabe donde elas apareceram, mas que são úteis são! Os chocolatinhos também são uma boa opção, não tanto em utilidade, mas consolam nalguns momentos (também não importa quais). Desaparecem num instante levando consigo a triste imagem da senhora que os comprou sem ter definido carinhosamente o seu destino.
Seja lá com que espírito se vive esta época, desejo a todos um Natal cheio de bons sentimentos e que eles se estendam a todos os seres deste planeta, principalmente os da nossa espécie. Eu sou assim loira e a minha conversa nesta altura é miss style: “Desejo profundamente Paz para todos.” E num aparte diria: “Deixem o poder com as mulheres que não criam o seu filho achando que ele é melhor que ela por ser homem! Elas é que sabem!”

1 Comments:

Blogger nandokas said...

Olá Pétala,
E por que não as cuecas? Também se usam sempre [quem as usa, claro!...], nem que seja para andar por casa [onde também se podem dispensar...].
E ainda bem que não te esqueceste dos chocolatinhos [boa opção, claro! para alguns momentos e para... todos os outros].
Mas essa da loira não percebi... não te acho 'loira' e até concordo contigo na parte final, sem apartes, mas com megafone:
"O poder pr'ó sexo forte... pr'ás mulheres, claro!"
Beijinhos
[com]
FELIZ NATAL e BOM ANO 2008

domingo, 23 dezembro, 2007

 

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