Do quase nada...
O que se segue surgiu de um momento de inesperada inspiração que gostaria de aqui partilhar...
"Naquela tarde de Outono a chuva caía ritmadamente, como uma torneira que pinga. Ouvia-se o bater das gotas no vidro da janela, nas folhas das árvores, na terra que bebia a água e nas pedras do pátio.
Seguravas-me as mãos trémulas e olhavas-me nos olhos que também queriam chover. Os teus olhos eram o reflexo dos meus, de um tom castanho brilhante, profundo, que deixava adivinhar que não querias partir. Os minutos em que nada conseguíamos dizer passavam nervosamente, contrariando o gotejar do céu.
Quebraste o silêncio com um beijo demorado, um abraço que me envolveu com o teu perfume. Disseste baixinho «tenho de ir». Nada podia eu dizer. Queria gritar «Não! Fica!» mas, amo-te ao ponto de te preferir livre para ir. Livre para voltar, quem sabe... Mas livre.
Partiste, e se a saudade me abala, é com um sorriso que o faz."
4 Comments:
escreves tão bem! tao simples, mas tão denso, tão cheio de sentido... o meu aplauso (mais um...) pra ti**
quarta-feira, 31 maio, 2006
ui,essas despedidas demoram anos a sair da memória!!um perigo!!
Há realmente obrigatórias partidas???
;)
quinta-feira, 01 junho, 2006
Tu não és uma Pétala, tu és uma flor completa, sensivel, quase perfeita (pq perfeito ninguem é), os meus mais sinceros parabéns.
Vou-te contar um pequeno segredo, gosto mt de ler e leio bastante para o comum dos mortais (portugueses :-) ), e sinto o q o autor tenta transmitir com as s/ palavras...com as tuas chorei...sao lindas...
Beijinhos
Ana (ISMAI)
quarta-feira, 28 junho, 2006
Este texto deixou-me uma sensação de Dejá Vu... ;)
quarta-feira, 05 dezembro, 2007
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