***paz, amor e liberdade***

quinta-feira, março 09, 2006

Eu emigrei, tu imigras....

Leio frequentemente a crónica de Manuel António Pina, publicada diariamente na contracapa do JN. No dia 6 ele dedicou-a a um tema sempre actual, com o qual me sensibilizo em especial: a Imigração, o “Regresso das Caravelas”.

Os imigrantes: pessoas que deixam para trás as terras que as viram nascer, as referências que têm, as pessoas que amam. Vêm em busca de um ideal de vida que acreditam vir a encontrar nas nossas sociedades. Vêm, chegam indefesas, enfrentam as barreiras do idioma, da cultura, dos hábitos, estando dispostos a trabalhar em qualquer coisa que apareça, sujeitando-se a quaisquer condições que lhes ofereçam. Trazem com eles as pérolas das suas próprias culturas, desde a gastronomia à própria religião e, afinal, as sociedades que deram os primeiros passos na emigração – mesmo que em tempos lhe dessem outro nome – ainda acolhem tão mal os seus imigrantes! No senso comum fala mais alto o preconceito e outros sentimentos medíocres que se aglomeram àquele primeiro.

Por que não olhar para este começo de globalização através de outra lente? A lente que nos mostra que os nossos imigrantes merecem o nosso maior respeito. São pessoas de grande coragem, que vêm trabalhar naquilo que nós rejeitamos, em condições que nos deveríamos envergonhar de oferecer. Pessoas que nos enriquecem, porque a diferença acrescenta e jamais retira, que nos dão o seu exemplo de coragem e de determinação e que nos têm (ou tinham) como exemplo! Pessoas! Seres humanos cujas lágrimas têm a mesma cor que as nossas, mas que provavelmente as derramam com mais frequência pelas saudades que sentem.

Por isso, acho que antes de dizermos disparates como “vêm roubar-nos os empregos!”, “vêm roubar-nos as mulheres!” (juro que já ouvi isto!), etc, deveríamos pensar que, acima de tudo estamos a falar de seres humanos. Seres humanos que sentem a falta de alguém que não vive a cinco minutos deles.

9 Comments:

Blogger Joaquin Gomez aka "Vendetta" said...

Olá Pétala ;)

No que toca ao teu tema, sabias que um estrangeiro em Portugal, estando legal, paga para viver em Portugal (Autorização de residência), paga para poder trabalhar (Autorização de trabalho) e paga os restantes impostos que o resto dos Portugueses paga.

São sempre a última opção em uma escolha independentemente de ser o mais habilitado.

E como já referiste, são indiscriminados

sexta-feira, 10 março, 2006

 
Blogger Pétala said...

Exacto amigo Joaquin! acabei por me esquecer de mencionar essa realidade. Antes de qualquer outro documento que o legalize, um estrangeiro tem de se apresentar como contribuinte...

Obrigada pela visita e até sempre

sexta-feira, 10 março, 2006

 
Blogger Vica said...

Lindo teu texto. Um beijo!

domingo, 12 março, 2006

 
Blogger Humor Negro said...

Bora roubar o emprego a 10.000 milhões de espanhóis? A fronteira está aberta. Vamos todos embora numa única noite e deixámos para trás os «fundamentais».

segunda-feira, 13 março, 2006

 
Blogger Joaquin Gomez aka "Vendetta" said...

HN, Olha que já ando a pensar nisso a MUITO tempo… ;)

segunda-feira, 13 março, 2006

 
Blogger ricardo said...

gostei do post!
para qunado um próximo?

terça-feira, 14 março, 2006

 
Blogger Maria Liberdade said...

É uma realidade muito preocupante... mt actual. Acho que tem muito a ver com o facto de quem já cá está não está bem. È delicioso ver imigrantes a dizerem mal de imigrantes.

quinta-feira, 16 março, 2006

 
Blogger digoeu said...

há imigração e imigração, como é bom de ver!!nem todos chegam com o mesmo objectivo, postura e intenção!
quem vier por bem...
;)

quinta-feira, 16 março, 2006

 
Blogger nana said...

estou a ver que emigraste??!!
;)

terça-feira, 21 março, 2006

 

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