***paz, amor e liberdade***

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Os Portugueses e a depressão (4/2/2006)

Li ou ouvi algures que o povo português é o mais deprimido da UE. Isso traz-me à ideia uma imagem engraçada: uma visão topográfica do português a andar pelas ruas sempre de cabeça baixa, de cara feia, até a fazer caretas e a resmungar qualquer coisa para si próprio a cada cinco passos. E pronto. É o suficiente para os extra-terrestres nos acharem deprimidos. Mal eles sabem que, enquanto andamos pelas ruas a tentar pensar na crise económica, política e social que atravessamos, só não erguemos a cabeça porque a cada cinco passos (os tais) corremos o sério risco de pisar um poio ou de tropeçar numa pedra desavinda da calçada. Provavelmente elas, as pedras desavindas, ganharam charme depois daquela música cantada por Rui Veloso, essa mesma que vos apetece (ou não) cantarolar neste momento.

É que é mais grave do que parece! Mesmo que uma pessoa vá feliz e contente pela estrada fora, a cantar a música do Rui Veloso ou outra qualquer, se não estiver atento e se se distrair no próprio contentamento, arrisca-se a sofrer o constrangimento que é cair na rua ou a passar o resto do dia a questionar-se se os outros estarão a sentir o aroma que angariou pelo caminho. Isto é grave! Quanto às pedras, enfim… Só não percebo por que é que vamos (ou fomos) lá para fora fazer as calçadas dos outros e as deixámos impecáveis e aqui é o que é. Deve ser culpa do ditado “Em casa de ferreiro, espeto de pau”. Mas ainda assim são os poios que me indignam mais. Eu pergunto-me “será que as pessoas que deixam o poio do seu bichinho estimado no meio do passeio para os outros pisarem, não receiam que lhes possa ocorrer a elas também?” Deduzo que essas serão as pessoas que melhor transmitem a nossa imagem de “deprimidos”, pois devem andar pelas ruas muito atentas ao chão. Podíamos mudar isso, não é? Ora, se cada pessoa que levar o seu cão à casa de banho canina – a rua – levar no bolso um saquinho mesmo que de plástico (o ideal seria os de papel reciclado tipo os do pão), seria maravilhoso! Maravilhoso se usassem o tal saquinho, claro! Como assim? Portanto, depois do cãozinho defecar seria uma questão de colocar a mão no saquinho, agarrar no poio com a mão que está dentro do saquinho sem a tirar do saquinho, virar o saquinho ao avesso de modo que o poio fique lá dentro, dar um nó no saquinho e colocá-lo no lixo. Complicado? Se parece é porque usei muitas palavras para explicar algo que se consegue em meros segundos.

Os leitores que têm um ou mais cães e que ainda não usam o método do saquinho, estarão a pensar que eu, com certeza, não devo ter cão. E pensam bem. Não tenho de momento, mas já tive e se voltasse a ter usaria o método do saquinho. É que eu ando pela rua de “Chicco” sabem, e em passeios estreitos são por vezes difíceis as manobras de desvio aos poios. Há quem pense que sou tolinha por fazer “cavalos” com o “Chicco”. E também penso nas pessoas que moram na rua, nas que usam cadeiras de rodas, nas criancinhas pequenas ainda a aprender a andar que podem tropeçar e cair está-se mesmo a ver em cima do quê… Enfim, se somos uma sociedade e uma sociedade é como que uma grande família, a rua é como que a nossa casa comum, certo? Se cada pessoa que estima a sua própria casa estimar da mesma maneira a nossa casa comum, poderíamos andar pelas ruas de cabeça erguida a cantarolar ou a conseguir pensar nas crises, buscando-lhes eventuais soluções.

3 Comments:

Blogger Pétala said...

(comentario salvo pelo e-mail!)
Fui Portugues ,mas agora nâo tanto, e a parte do exelente e cómico artigo de esta Bella Flor explicando a dificuldade de caminhar entre a merda de câo na cidade de ela e em condiçâo actual de"extra terrestre" a verdade é o Portugues em geral tem tendencia a complicar-se a vida e por consequencia a deprimir-se. Verdade,quando volto a Portugal esse belo País noto isso. Será pela merda de câo ou a que outros deixam ao povo? Beijinhos Filhota e bravo escreves muito bem.
Un EXTRA TERRESTRE

sábado, 11 fevereiro, 2006

 
Blogger Pétala said...

Comentário de nana salvo pelo e-mail:

temática interessante, mas de mau cheiro...o post em torno do cocó de cão!Eu tenho um caniche em algumas alturas e chego a pecar nos canteiros por falta de saquinho, mas eu entendo a tua perspectiva e estás cobertinha de razão, mas no canteiro é adubo, não?Ou voltamos ao tempo de burros de fraldas de uma novela antiga?Acho que devias referir assim lateralmente os cocós enormes dos cavalos da gnr!Que achas?é diferente, o cheiro, o tamanho, o incómodo o princípio?
;)

sábado, 11 fevereiro, 2006

 
Blogger Pétala said...

Comentário de amigo anónimo salvo pelo e-mail:

OLA LINDA ESCRITORA E SEMPRE UM PRAZER PARAR E BEBER DESSAS TUAS PALAVRAS TAO LINDAS(EHEHEHE COCO EHEHE)
ESPERO K CONTINUES ASSIM
DE UM DESCONHECIDO K ESTA EM VIANA DO CASTELO NO MOMENTO

domingo, 12 fevereiro, 2006

 

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